sexta-feira, 25 de março de 2011

thirty.

quando me olho no espelho, sinto raiva daquilo que sou, como fracassei e deixei-te ir com as ondas do mar. sinto falta do teu sussurrar, e dos sorrisos que me proponhas em cada manhã. sinto falta de te ver, de te abraçar, de te olhar nos olhos e sentir que és meu. não consigo esquecer tudo aquilo que passámos, as juras de amor, o sempre prometido. contigo do meu lado, não olhava a meios para atingir o fim. sentia-me protegida e com as forças guardadas para quando tu me deixasses ... agora, já passou muito tempo, mas ainda assim eu amo-te, com tudo o que tenho e até mesmo com o que não tenho. sem ti do meu lado, perdi a capacidade de enfrentar farsas, perdi a capacidade de saber lutar, perdi a capacidade de fazer textos lindos, perdi a capacidade de estar segura de dizer um 'amo-te' ... e neste momento, sinto-me inferior a tudo o que se passa lá fora, apenas isolu-me no meu quarto, a ver as lágrimas a escorrer pela tua fotografia, a ver as mãos a tremer quando pego nos desenhos que te fazia (...)
desculpa se sou fraca, mas para além disto tudo,
tiraste-me a capacidade de viver (...)
trinta.

trinta.

{...} e finalmente quando acordo, levo as minhas mãos fechadas até junto dos meus olhos, esfrego-os. passo a minha mão sem força pelos meus cabelos. reparo que nem os meus lábios se mexem, e nem sequer as minhas cordas vocais querem produzir som. levanto-me bruscamente, caindo no chão como uma assombração desesperada, e levanto-me ... caio novamente, mas já nem quero tentar outra vez, rastejo até junto da minha janela, a olhar a lua, que nem para mim brilha. uma lágrima corre-me pelo rosto abaixo, esborrachando-se à beira do meu lábio superior. sinto-me péssima, com vontade de cair de um precepício alto. as minhas roupas, já estão rasgadas de tanto rastejar, e os meus olhos inchados como se tivesse ido contra qualquer coisa e ficado magoada. ainda assim, eu não consigo abrir a boca, nem que seja para um suspiro longo, como uma melodia não decifrada. sem o céu dar sinais, entristeço ainda mais, olho para trás, e a rastejar vou até à minha mesa de cabeceira, onde tenho uma fotografia tua, caracterizada como uma oração diária. sem mais nem menos, rasgo a tua foto e espalho-as pelo meu quarto, como penas de uma almofada rebentada. quando o silêncio mútuo invade aquele espaço, consigo mexer os lábios, e ao tempo que isso acontece, caio no chão como um desmaio repentino, por ter visto a tua imagem, pintada na minha parede {...}
trinta.

it's me.

A minha foto
simpática, agressiva, chantagista, teimosa, directa, gulosa, poeta, filósofa, ditadora, defensora, preguiçosa, tímida, sincera, séria, vingativa, expressiva, provocadora, criativa, sociável, esquisita, previsível, conselheira, sorridente, lutadora, calculista, misteriosa, modéstia, oportuna, fiel, higiéne, desportiva, boa ouvinte, muitas vezes brincalhona, bem acente na terra, olhos de ver para a realidade, muito reservada, a última palavra é sempre minha, os meus pais dizem que tenho personalidade forte ! ;irrita-me mesmo, quando as meninas dizem que são gordas, e nem cinquenta quilos pesam, quando me respondem torto, e eu tenho de responder pior & quando as pessoas são chatas e eu tenho de fazer-me de irritante, o que fica mal, mas acaba por chamar à atenção. nunca fui sensível do tipo « ai, não me toques » -.- ;os melhores amigos de toda a vida são o papel & a caneta e para mim não há melhor coisa que música, escrita & fotografia. ;cada um é único, & único permanecerá. ACIMA DO TUDO E DO NADA ? sou bastante independente, tanto comigo, como com a minha vida.